Eu não sou nada além de movimento. Às vezes, paro, penso e só vento. Há uns 4 anos, eu ainda era farmacêutico. Este ano nasci yogi e achei mais terapêutico. Hoje eu sou poeta, ontem foi só trabalho. Amanha, talvez, atleta, pode ser que eu queira ser pintor. Se eu conseguir lidar com a dor, talvez eu viva uma rotina... Tenho estado meio do dia, mas se a luz me tarda, é a lua que me guia. Gosto de brincar de terapias. Tiro a máscara e enxergo a essência, mas para a evolução, levo dias... Dia ou outro, estou filósofo. Problema é que quando penso, estou divagando em meus miócitos... Nem sempre estou afim, mas, quando quero, danço até o fim... Não vejo necessidade de estar certo. Até porque, se eu vejo certo, você pode ver errado. E o meu errado é o seu certo. Será que existe um único certo? Acho que todos tem o mesmo direito ao seu próprio certo! E também ao errado. Qual o problema de ser o avesso do que eu planejei? Depois de tantos planos, só enxergo que viajei. Como agradeço por tudo que passei. Mergulhei vazios sedentos por terra, quase me afoguei na matéria, mas os ventos ansiosos que velejei findaram a ilusão. Agora estou mais para Platão. Em tudo que eu encontrei, não vi muita razão. Mesmo sem tanta intenção, a única saída foi seguir meu coração.